quinta-feira, 2 de abril de 2009

Dei um pulinho no teatro

Dei um pulinho no teatro,
para ver o que estava em cartaz.
Dei de cara com uma peça que, aliás,
pareceu-me interessante...
Talvez um pouco excêntrica,
um pouco intrigante.
A peça falava sobre ruivos.
Ruivos excluídos da sociedade.
Eu sei... Parece um pouco entediante.
Quando olhei por um instante,
a impressão foi a mesma, na realidade.
Mas lá veio Castaneda,
lembrar-me de ver e, não só, olhar.
Que um homem sábio vê, na verdade.
Resolvi tentar e notei uma beleza...
Preconceito! Sobre isso era a peça.
Pensei e disse, sem querer: Tem certeza?
Foi quando percebi que ruivos sofrem disso.
Bizarro! – Exclamei. Não havia pensado nisso.
Comecei a matutar... Problema sério meu.
Quando pensei melhor, ponderei...
Cheguei a uma conclusão arrasadora:
Pode ser você, fulano ou eu...
Todos sofremos preconceito.
Quer ver só? Pense em alguém...
Já tem um conceito?
Mas... você o conhece bem?
Sim??? Então, faça uma piada.
Lembre-se de uma característica que ele tem.
Agora, pense que essa piada pode ser feita
por muita gente... pode ofender, magoar...
Magoou? Causou dano? Muito bem...
Pense nela numa escala maior.
Privando-o de sentir-se à vontade.
Com medo de notarem, ou até pior...
Pois é...
Por mais que o conheça,
por mais natural que te pareça,
por mais que ache que ele esqueça...
Comentários assim constrangem.
Limitam gestos, sentimentos...
Não saem da cabeça!
Bizarro!!! – pensei.
Mas repensei no significado da palavra:
Pré-conceito... Hum... Batido demais. – falei.
Ok! – parei.
Quer dizer que conceitua-se prematuramente...
Raciocinei.
Mas se eu conheço o objeto do constrangimento,
o conceito continua prematuro? – perguntei.
Não pode ser! Já está formado,
estabelecido, finalizado. – estranhei.
Até que me veio outra possibilidade.
O fato de que não conheço ninguém em
100%, em sua totalidade.
Bizarro!!! – berrei.
Riram... em solidariedade.
Senti-me envergonhada.
Saí de fininho, preocupada.
Agora acham que sou pirada!
Ei! Preconceito, molecada!
Que vontade de dar porrada!
Mas... eles só riram. Não falaram nada...
Putz! Preconceito meu! Foi mal...
Levei em conta a idade, vestimenta,
feições, local, horário... sei lá!
Mau sinal!
Percebi que esse “cara” está em todo lugar.
Em mim, achando que você não entendeu.
Em você, pensando, talvez: Que merda ela escreveu!
Deve se achar!
Ou será que... Deixa pra lá!
Melhor nem começar!
Se eu for me preocupar com os ruivos,
prestar muita atenção,
vou começar a pensar merda.
Fazer piada... Rir até chorar!
Sabe... O mundo está muito chato.
Tudo é preconceito, ofensa.
Vamos fazer um trato?
Uma boa saída é o bom humor.
Tanto para o ofendido,
quanto para o ofensor.
Respeito é bom, e... Se for magoar...
Não fale! Mas, internamente...
Pode gargalhar!

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