domingo, 12 de abril de 2009

Penso, logo sofro

Ando preocupada.
Não sabendo explicar nada.
Sempre esqueço tudo.
E lembro sempre na hora errada.
Preocupações atormentam minha mente.
Nada a toa. Sempre fundamentadas.
Preocupo-me por pensar demais.
Preocupo-me por não pensar em nada.
Questiono tudo, diversas vezes...
Até ficar atormentada.
Daí, preocupo-me com a qualidade,
pois a quantidade pode me tornar
uma pensadora frustrada.
Conversava com uma amiga,
sobre limites...
Com medo de ser limitada.
Penso muito, mas tenho medo
de não respeitar meus limites
e tornar-me demasiado complicada.
Conversávamos sobre a dificuldade
de chegar a uma conclusão,
pois toda conclusão ainda pode ser
questionada.
Meu medo paira sobre essa questão.
Sobre a falta de conclusão.
Sobre o medo de deixar minha mente
louca, decadente, atormentada.
Medo de sofrer...
Acabar comigo mesma.
Pensar até não mais conseguir
perceber que deixei de existir.
Como devo me ver?
Ser pensante ou ser que pensa?
Como pensar em questões profundas
e manter a sanidade?
Como fazer com que caminhem juntas?
Pensei que pensar deve ser prazeroso.
Um passatempo e não, algo penoso.
Mas, prazeroso por prazeroso, às vezes...
Não pensar em nada
também é tão gostoso...
Mas meu ofício é pensar.
Minha profissão é questionar.
No entanto, gosto de sempre ter
em tudo que faço, grandes doses de prazer.
Quando eu começar a sofrer,
vou tentar outra coisa para me entreter...
Roupas e sapatos substituirão,
Nietzsche, Heidegger e Platão.

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