terça-feira, 7 de abril de 2009

O que o amor acarreta

O que o amor acarreta

Ensina-me o que é o amor.
Ensina-me a amar seja como for.
Quero aprender a sentir
sentimentos sem pudor.
Dê-me um beijo seu
e me desperte desse torpor
que me atormenta,
me esfria e ao mesmo tempo esquenta.
Perceba meus arrepios
pelos sussurros não dados.
Perceba meus olhos
atentos feito soldados.
Apareça em meus sonhos sempre que puder.
Olhe-me com olhos verdadeiros.
Veja-me como mulher.
Se me ama como me diz na carta de seus olhos,
saberá que essa pessoa sempre existiu.
Que você sabe, mas não assumiu.
Se acha que os olhares te maculam,
não importa, pois os meus...
Ah... Os meus te perpetuam.
Olhe para frente...
Perceba a majestade do rio.
Mas não olhe apenas nessa direção
afinal, perderá a razão,
pois a correnteza te carrega
sem dar chances às mudanças
que o amor acarreta.
Sim, o amor traz revoluções,
as quais, se verdadeiras,
se auto-tatuam nos corações
dos enamorados,
que precisam de compreensão
da parte dos atordoados,
que não dão atenção
ao lilás das flores no campo,
dos olhos brilhando
vistos com espanto
por quem não sabe
a caminhada certa
que a vida dita
como o que o amor acarreta.
E, se pedi que me ensinasse,
não é porque te intitulei como mestre,
mas sim, porque achei que me amasse.
Então percebi algo muito importante...
Seu amor anda meio distante
de meus ideais julgados por ti como gigantes
e por mim, como simples desejos...
Quando os julgou pude ver
que, apesar de minhas tentativas de festejos,
seus olhos viviam virados para sorte
em vez de trabalho,
sem perceber que a morte
não se pode guardar na gaveta do armário...
Pois ela é a única que sabe
arrancar a lágrima da maneira correta,
para deixar os espírito na ânsia
de saber, finalmente,
o que o amor acarreta.


Escrito no ano de 2002.

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