Querer... Como é bom conjugar!
Quero, quero, quero. - soa tão faminto, tão selvagem.
Tão vulgar.
Quem quer dinheiro? Conjugação comum,
pergunta banal, exercício de retórica.
Quero dinheiro! – ambição, mimo, assalto, síndrome de abstinência...
Igreja Católica.
Querer é poder, mas, nem sempre
a ordem não altera o produto:
Poder é querer. Interprete-o...
Triste fim o do que não pode desfrutar do fruto.
Desigualdade social? Não quero ser desigual!!!
Lá está o maldito verbo, inserido num contexto que o faz parecer um verbo legal.
O verbo querer é um quase ser.
Ele te consome, controla e expressa.
Ele expressa seus sonhos, seu caráter, te despe, deixando indefesa...
Amedrontada!
O meu querer... Quem precisava saber?!
Agora eu quero mudar. Quero ser mais calada,
quero ser mais contida,
quero ser mais devagar,
quero ser mais concentrada,
quero ser mais prática,
quero ser mais paciente, menos impulsiva...
Quero ser mais controlada!
Falei isso alto? Oh! Não! Que erro fatal!
Deixei que pudesse julgar-me.
Cansei de querer!
Quero que tudo vá para o inferno!
Quero que me aqueça nesse inverso de inverno.
Quanto mais eu rezo... Mais eu quero!
Quanto mais eu quero, mais eu sofro.
Já sei! Quero parar de rezar.
“Quando os deuses desejam nos punir, eles respondem às nossas preces.”
Já dizia o grande Oscar.
E se eu parasse de querer?
Como isso me soa familiar...
Apologia à uma vida sem sofrimentos
à uma vida desgarrada, tipo budista.
À uma vida, sem fundamento...
Credo! Eu devo precisar de terapia!
Eu queria um terapeuta conhecido.
Queria um terapeuta discreto.
Queria que fosse confiável.
Queria que me fizesse parar de querer...
Mudei de idéia!
Melhor ir direto para o cemitério...
E, se isso acontecer.
Se eu parar de querer,
se a terapia me ajudar,
se meu desejo cessar.
Se minha fonte esgotar.
Se minha fome, minha vontade, meu brilho, minha gana,
minha interpretação Nietzschiana se apagar...
Não culpe o pobre homem...
Não o chame de assassino...
Sonhos não são assassinados.
Corpos são assassinados.
Caso isso aconteça,
não culpe o doutor razão
pela qual vivi a sofrer... Como eu a quis... Como eu a desejei!
No final, procura um outro doutor
e pergunta se o Querer
faz o ser humano se tornar hipotético.
Pergunta para ele se o ser humano é um
cachorro com hipóteses.
Se o ser humano só sabe usar SE.
Pergunta se o cachorro é mais feliz
por não pensar SE.
Pergunta se o raciocinar se restringe ao SE.
Hipótese... Tão sensual.
Sinto um desejo incontrolável, carnal, despido de pudor, sexo animal...
Que tal?
SE eu fizer.................. Acho melhor não!
E o cachorro?
Há essa hora já gozou e só quer saber de descansar.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário