quarta-feira, 25 de março de 2009

Crise intelectual

Manhã em crise. Pare com tudo!
Preciso de um Valium, Rivotril,
Lexotan... Põe num shake,
mistura tudo.
Percebi que fiz uma rima
com palavras iguais, mas
estou em crise. Não espere demais.
Cheguei a um ponto de confusão mental...
Não sei diferenciar vocação, paixão
de necessidade profissional.
Fiquei pensando, praguejando, coisa e tal,
mas solução que é bom... Nem pensar.
Pensei... Até quase virar débil mental.
E escrevi mais uma rima igual...
Que decadência, que destino...
Destina-se a mim tempo gasto com nada.
“Passe o pente-fino”, ouvi.
“Para resolver seus problemas, um de cada”.
Estudava Filosofia, e gostava.
Parei... Fui parada.
Pensei primeiro no dinheiro,
no conforto, no meu futuro Prada.
Deixei de lado minha paixão.
“Paixão não compra feijão!”, ouvi.
Tentei meditar e não consegui... – Aliás,
alguém consegue sem dormir?
Perdi mais tempo... Focar-me-ei agora.
Chegarei à conclusão, chega de oratória.
Tenho que decidir.
Dinheiro ou paixão?
Os dois juntos são tão bons...
Tenho mesmo que desistir?
A preocupação é em gastar meu tempo.
Minha saliva, meu conhecimento,
transformar tudo em tormento,
o qual dura, em média, quatro anos.
Não é mandato, é faculdade.
Se bem que se eu não gostar...
Política tornar-me-ei,
fingida e corrupta na flor da idade...
“Seja racional, guria!”
“Trate dos microorganismos!”
“Não seja arredia”!
Arredia? Eu? Por que me tomas?
Confusa, talvez. Muitas vezes.
Com solução tardia.
“Caminha na necessidade, depois na vocação.”
“Deixa a paixão de lado,
vá com a razão”.
“Quando tiver seu Prada,
com o mais puro couro da ilusão,
torna-te apaixonada,
torna-te Filósofa então”.
Mas com quantos anos?
Não faço idéia. Só preciso
que meu fígado agüente até a estréia.
Que Nietzsche continue lá,
só para mim.
Que a Filosofia não se torne inútil,
obsoleta , abandonada... Que não tenha fim.
Se meu patrimônio estiver montado
e não fizer com que montem em mim,
à Filosofia retorno,
como uma criança de colo
que ao ver a mãe
esquece qualquer coisa ruim.
Daí, então se meu fígado agüentar,
encontrar-me-ei com meus mestres
para Filosofar e dizer em alto e bom som:
Tin-tin!
Obs.: Não tão alto... O Japão pode ouvir...

Nenhum comentário:

Postar um comentário