terça-feira, 31 de março de 2009

Eba! Que merda...

Chegou fim de semana!
Sem artigo, para deixar no ar.
Definido ou indefinido?
Não quero me frustrar!
Chegou domingo! Liga a TV!
Ah! Silvio Santos e Faustão!
Que lindo!
Salve ambos! Obrigada pela sensação!
Vocês me matam todo domingo...
Tédio, revolta, conformismo, depressão.
E a reencarnação? Papo espírita?
Não!
Reencarno na segunda-feira,
segunda-feira de feriado.
Que seja um feriado bem desconhecido...
15 de outubro, dia do professor.
Um aluno me diz: tinha até esquecido!
Que bom! Continue assim!
Meu maior presente é reencarnar
e tentar evoluir “espiritualmente”.
Qual é a boa da evolução?
Sei lá... Vamos ao museu?
Segunda-feira não abre.
Vamos nos cuidar! Pintar as unhas!
Segunda-feira não abre.
Vamos ao teatro?
Segunda-feira está em greve.
Vamos ao cinema?
Segunda-feira de feriado, entope, ferve!
Vamos à feira???
Não é segunda. Só na sexta-feira...
Então vamos descansar!
Ver TV, papo pro ar... – indício de tédio.
O que tem de bom?
REFORMULA.
O que tem de menos pior? – indício de revolta.
Sessão da tarde.
Será que é “Curtindo a vida adoidado”?
Não... Claro que não!
É “Professor aloprado”...
Pelo menos não é “Ghost”... – indício de conformismo.
Esse é no Corujão... – indício de depressão.
Liga o ar, desliga a TV, apaga a luz
e vamos dormir!
Deu dor de cabeça...
Que horas são?
Hora de Malhação.
Pega um paninho? Meus pulsos estão pingando...
Quem sabe eu morro depois do jornal...
Quem sabe a última gotinha me dá forças para dizer “Boa noite”...
Só não me deixa ver o Bial.
Se eu não morrer até lá...
Confie em mim! Eutanásia é legal!

segunda-feira, 30 de março de 2009

Estava lendo...

Estava lendo, pelo menos tentando.
A revista dizia que Sócrates, discípulo de Platão...
Oh! Desculpe-me... É o contrário.
Estava tentando, pelo menos lendo.
A revista dizia que Platão, discípulo de Sócrates... Não quero falar de Platão!
Mas que coisa desagradável!
Não quero falar do emissor num discurso emotivo...
Viu, professora?! Suas aulas são lembradas.
Agora só falta eu usá-las com um sentido.
Aonde parei? No cachorro!
Oh não! – interjeição.
Português é tão fácil!
Conjunção coordenativa aditiva.
Isso tudo para usar o “e”???
Confusão total!
Você, caro leitor, que nesse momento percebe o uso de
linguagem apelativa ou conativa...
Passou no vestibular!
Pode cantar, pular, sorrir!
Tem um futuro pela frente!
Estudar Engenharia de Telecomunicações.
Duas palavras estranhas juntas...
Engenharia... Números.
Comunicação... Necessidade visceral, instinto incontrolável, nada racional.
Mudou de idéia?
Isso é normal. O “Tele” faz toda diferença...
Sócrates, por exemplo, como dizia a revista,
e, voltando ao assunto inicial,
falava, ensinava, perguntava, encantava,
até que sua esposa...
Peraí. Esqueci. Vou olhar na revista.
Apenas uma consulta poética, não há nada de mal.
Só mais um instante.
Já passei por Freud e Tio Sam.
Logical conclusion:
Devo estar perto.
Devo estar no caminho certo.
Concepção epistemológica... Sinto-me tão... tão... tão...
Pseudo-intelectual.
Poxa, Lamarck... Se os animais progrediram,
por que macaco não fala?
Ok! Não responda! Já entendi...
Nossa! Que dificuldade encontrar aquele velho encrenqueiro!
Devia olhar no chiqueiro...
Um homem que leva um banho de água suja e é chamado de “mandrião imprestável” pela própria mulher...
Achei! Achei! Era isso!
Que trabalheira só para dizer que
Filósofos pensam, raciocinam, concluem,
muitas vezes sabiamente,
mas não põem nada em prática realmente.
Tudo isso para acabar citando
Engenheiros do Hawaii:
“Ouça o que eu digo,
não ouça ninguém”.
Acho que faltou a parte do:
“Não faça o que eu faço”...
Como é difícil pensar, sentir, expressar,
praticar e, ainda por cima, falar Português...
Suggestion:
Eu deveria tentar o Inglês.

domingo, 29 de março de 2009

Livre arbitrário

Ah! Liberdade!
Vigiada ou não é melhor do que prisão.
Liberdade de expressão.
Expressar-se na multidão.
Quando penso na possibilidade
dessa liberdade ser tomada.
Meu suor e luta,
protesto, reluta e adeus...
Lágrimas caídas, roupa no corpo...
Solidão.
Quando penso,que
tanto pensei e ponderei
sobre a decisão.
Que discuti, larguei, desliguei...
Saí e montei minha fortaleza.
Quando há a possibilidade de
tudo pela liberdade ter sido ilusão,
manifesto em vão...
Sinto minha face arder,
minha carne tremer,
meu peito doer,
minha mente decidir
que a melhor opção
é a liberdade, seja ela
com dificuldades ou não.
Quando vejo que vida é padrão...
Tradição familiar, comportamento de geração,
em geração, em geração...
Minha testa franze de desgosto.
O sorriso esperançoso se desfaz em meu rosto.
Enfraquece-me a respiração...
Quando a família fagocita a vontade,
o desejo, a individualidade, a imparcialidade...
Temos o resultado de um ser
saído da fôrma com medo de conhecer...
Conhecer demais e se desfazer
Da Sua Essência Familiar...
Que tesão de vida...
Acorda, se veste, trabalha, se despe,
se lava, se alimenta, se deita se é isso
que os acalma e diverte.
Santa rotina... Refúgio do medo.
Responsabilidade travestindo o desejo
de não ser culpado por um dia atrasado.
Por não ser apontado como o adolescente inveterado.
Cansamos... Rotina? Só se for militar!
Não tem como aceitar, exceto se
o medo de ser pega fora dela
tirar-me de minha tão desejada e bela
liberdade eterna
e transformá-la em prisão.

Burra

Posso ser sincera?
Não sei o que escrever.
Posso ser sincera?
Não sei o que dizer.
Posso ser sincera?
Chorei ontem à noite.
Por que?
A solidão! Sempre esse açoite...
Posso ser mulher?
Sinto-me carente...
Posso ser mulher?
Não atraio muitos pretendentes...
Posso ser mulher?
Preciso de roupas e sapatos...
Posso ser mulher?
Preciso que sejam bonitos e baratos...
Posso ser racional?
O amor não passa de uma reação química.
Posso ser racional?
Prefiro estudar Física.
Posso ser racional?
Vamos morrer e virar adubo.
Posso ser racional?
Oito é dois ao cubo.
Posso ser carnal?
Que vontade de transar...
Posso ser carnal?
Que vontade louca de tocar...
Posso ser carnal?
Que vontade de lamber, chupar, sentar...
Posso ser carnal?
Me joga, me vira, me aperta... Carinho faz mal...
Posso ser moralista?
Sexo só depois do casório!
Posso ser moralista?
Então risque a palavra acima do seu vocabulário!
Posso ser moralista?
Casar virgem é uma prova de caráter!
Posso ser moralista?
Vá ter uma conversinha com o confessionário!
Posso ser rebelde?
“Moral” é coisa de otário!!!
Posso ser rebelde?
Risquei “ética” do meu vocabulário!!!
Posso ser rebelde?
Me filiei ao PSTU!!!
Posso ser rebelde?
Quero que o resto do mundo vá tomar no olho do cu!!!
Posso ser criança?
Quero uma boneca!...
Posso ser criança?
Quero uma peteca!...
Posso ser criança?
Agora não!... Agora não quero!...
Posso ser criança?
Chega!
Tom e Jerry de novo eu não tolero!!!!!!!!!!
Quero ser adulta, posso?
Quero ser esperta, posso?
Quero ser honesta, posso?
Quero sempre querer, posso?
Posso ser tudo junto?
Posso ser linda?
Posso ser poderosa?
Posso mudar de nome?
Posso ter um Cross Fox rosa?
Querer é poder...
Então, por que pedir permissão?
Para correr o risco de ouvir NÃO?
Não sei se vale a pena.
Até mesmo quando a alma não é pequena.
Talvez fingir seja a solução.
Uma vida de farsas soa tão... tão... tão...
Conveniente? É isso! Encontrei a resposta!
De dia, terno. De noite, liga.
Mentira diurna. Excesso noturno.
Se ser quarenta e quatro é tão difícil...
Fico com o oitenta!
Melhor pecar por excesso do que por falta.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Pensei... Amei...

Estive pensando... Ledo engano.
Pensei, mas não continuei.
Controlei, persuadi a mim mesma
e aceitei que amar é complicado.
Que profissão... Ah!... Se dá sustento
não é amada.
Se é vadia, gostosa, divertida, gozada
é idolatrada.
Pensei como isso se reflete em situações
diversas nos sujeitos,
sinônimas no contexto: AMOR.
Que palavra curta, simples...
Duas vogais, duas consoantes.
Roma de trás para frente...
Que interessante...
Tentei pensar e pensei.
Pensei porque o amor é emblemático,
problemático, orgasmático, sensual e
vulgar...
Amor não escolhe classe, cor, sexo, idade, nacionalidade,
lugar.
Acontece de forma inesperada, é o que dizem...
Enzimas entediadas que resolvem se bagunçar.
De uma hora para outra
causam suor, rubor,
dor de estômago, secura bucal,
tremor nos membros, palidez,
respiração ofegante e, às vezes,
fazem desmaiar.
Não! Não se confunda!
Isso não é bula.
Reações adversas do medicamento.
Se este existisse...
Se uma vacina surgisse...
Pensaria duas vezes.
Amor dói tanto, é uma doença fatal,
sintomática cruel.
Pensaria duas vezes na vacina.
A primeira: inventaram INfelicidade em ampolas.
A segunda: que felicidade estar doente! Quero sofrer de amor eternamente!

quinta-feira, 26 de março de 2009

Maria

- Maria vai se casar!
Que alegria! Vamos celebrar!
Imagino a igreja cheia
flores brancas no altar.
E o vestido? Já escolheu?
Não deixe o noivo ver! Dá azar.
De branco, vestido longo e grinalda...
Meus olhos lacrimejam só de pensar!
Mas e o véu? Não vai usar?
- Fala baixo, menina! O padre não deixou.
- Por que? Mande-o parar de implicar!
- Não. Ele não implicou.
- Não acredito! Então o que foi?
Quer saber? Melhor conversar!
- Não! São normas da igreja!
- Então manda a igreja reformular!
- Mas é grave. E tia Cotinha não pode saber.
- Por que não? Acha que a velha pode morrer?
Relaxa! O noivo é rico...
Se Maria não casar, ela se casa.
- Tia Cotinha e Talarico???
Que imagem do “coisa ruim”!!!
- Não mude de assunto, Maricota!
Conte logo a razão do perigo!
- Vamos lá para fora. As paredes têm ouvidos...
- Nesse fim de mundo? Não precisa.
Já leram seu pensamento antes de você pensar “duvido”.
- Melhor prevenir do que remediar, Ritinha!
Vamos logo! E não vou repetir!
Chega de paparico!
- Tudo bem, já estou indo.
Pronto! Conta logo!
Daqui a pouco vem o Ludovico.
- Ué? Estão namorando?
- Cruz credo, Maricota!
Nem que fosse podre de rico!
Não mude de assunto! O que há com Maria?
- Entregou a flor ao Talarico.
- Menina! Que escândalo!
Mas nem me admiro...
- Como não? Sua cabeça deve ser penico!
- De forma alguma. Sempre disse que ela
tinha na flor, pó-de-mico.
- Que maldade, Ritinha!
Maria? Logo ela? Tão quietinha!
- Quietinha de dia, de noite putinha...
- Misericórdia! Ritinha, como pode?!
- Agora eu sou a má, enquanto ela é quem fode?
- Vade retro, Satanás! Que palavras são essas?
- Você não entenderia... Lá vem Ludovico!
Entra! Rápido! Depressa!
Aquilo... Você sabe... Virou botão?
- Bem... Que eu saiba não, mas
nove meses passam e aí surge o barrigão.
- Vamos esperar... Vai ser uma grande lição!
- Ritinha, lava sua boca! Deus não castiga em vão!
- O que ela tem que eu não tenho...
- O que???
- Não interessa! Pensei alto!
- Me diz o que pensou, então!
- Nada! Pare de pedir informação!
- Não sei não... Muito estranha sua pergunta...
- Acha o que? Fofoqueira! Melhor ir para casa!
A gente passa muito tempo junta!
- Você já ofereceu sua flor e não quiseram?
- O que??? Você não imagina quantos já pediram...
Mas só negação eles tiveram...
- Não sei não... Oferece ao Ludovico!
- De jeito nenhum!
- Por que não?
- Não merece.
- Me diz porquê...
- Ah! Esquece...
- É porque ele é chato?
- Não!
- É porque ele é baixo??
- Não!
- É porque ele é atrevido???
- Não!
- É porque ele é um mau partido????
- Não!
- É porque ele é tímido?????
- Não!
- É porque ele não é rico??????
- Não!
- Ai! Mulher! Então, por que?
- Porque eu amo o Talarico!!!!!!!!
.
.
.
Silêncio
.
.
.
- Ritinha... É verdade?
- Minhas lágrimas não mentem...
- Minha amiga sofrendo calada...
- Meus sentimentos já nem sentem...
- O que aconteceu? De onde surgiu esse amor?
- Surgiu quando, pela primeira vez,
nos olhos dele vi ardor...
- Mas e a Maria? Ela sabe?
- Aquela vadia? Mais inocente que ela não há.
- Então, por que continuas a xingar?
- Porque o ardor que me fez apaixonar...
Aquele em seus olhos de mel...
Aquele Talarico, meu fel...
Ardiam para a mulher errada.
Ardiam para Maria, safada!
A ela se destinava aquele meu amado olhar.
E com ela que meu bem vai se casar.
- Sorte de umas... De outras, azar...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Se Querer

Querer... Como é bom conjugar!
Quero, quero, quero. - soa tão faminto, tão selvagem.
Tão vulgar.
Quem quer dinheiro? Conjugação comum,
pergunta banal, exercício de retórica.
Quero dinheiro! – ambição, mimo, assalto, síndrome de abstinência...
Igreja Católica.
Querer é poder, mas, nem sempre
a ordem não altera o produto:
Poder é querer. Interprete-o...
Triste fim o do que não pode desfrutar do fruto.
Desigualdade social? Não quero ser desigual!!!
Lá está o maldito verbo, inserido num contexto que o faz parecer um verbo legal.
O verbo querer é um quase ser.
Ele te consome, controla e expressa.
Ele expressa seus sonhos, seu caráter, te despe, deixando indefesa...
Amedrontada!
O meu querer... Quem precisava saber?!
Agora eu quero mudar. Quero ser mais calada,
quero ser mais contida,
quero ser mais devagar,
quero ser mais concentrada,
quero ser mais prática,
quero ser mais paciente, menos impulsiva...
Quero ser mais controlada!
Falei isso alto? Oh! Não! Que erro fatal!
Deixei que pudesse julgar-me.
Cansei de querer!
Quero que tudo vá para o inferno!
Quero que me aqueça nesse inverso de inverno.
Quanto mais eu rezo... Mais eu quero!
Quanto mais eu quero, mais eu sofro.
Já sei! Quero parar de rezar.
“Quando os deuses desejam nos punir, eles respondem às nossas preces.”
Já dizia o grande Oscar.
E se eu parasse de querer?
Como isso me soa familiar...
Apologia à uma vida sem sofrimentos
à uma vida desgarrada, tipo budista.
À uma vida, sem fundamento...
Credo! Eu devo precisar de terapia!
Eu queria um terapeuta conhecido.
Queria um terapeuta discreto.
Queria que fosse confiável.
Queria que me fizesse parar de querer...
Mudei de idéia!
Melhor ir direto para o cemitério...
E, se isso acontecer.
Se eu parar de querer,
se a terapia me ajudar,
se meu desejo cessar.
Se minha fonte esgotar.
Se minha fome, minha vontade, meu brilho, minha gana,
minha interpretação Nietzschiana se apagar...
Não culpe o pobre homem...
Não o chame de assassino...
Sonhos não são assassinados.
Corpos são assassinados.
Caso isso aconteça,
não culpe o doutor razão
pela qual vivi a sofrer... Como eu a quis... Como eu a desejei!
No final, procura um outro doutor
e pergunta se o Querer
faz o ser humano se tornar hipotético.
Pergunta para ele se o ser humano é um
cachorro com hipóteses.
Se o ser humano só sabe usar SE.
Pergunta se o cachorro é mais feliz
por não pensar SE.
Pergunta se o raciocinar se restringe ao SE.
Hipótese... Tão sensual.
Sinto um desejo incontrolável, carnal, despido de pudor, sexo animal...
Que tal?
SE eu fizer.................. Acho melhor não!
E o cachorro?
Há essa hora já gozou e só quer saber de descansar.

Crise intelectual

Manhã em crise. Pare com tudo!
Preciso de um Valium, Rivotril,
Lexotan... Põe num shake,
mistura tudo.
Percebi que fiz uma rima
com palavras iguais, mas
estou em crise. Não espere demais.
Cheguei a um ponto de confusão mental...
Não sei diferenciar vocação, paixão
de necessidade profissional.
Fiquei pensando, praguejando, coisa e tal,
mas solução que é bom... Nem pensar.
Pensei... Até quase virar débil mental.
E escrevi mais uma rima igual...
Que decadência, que destino...
Destina-se a mim tempo gasto com nada.
“Passe o pente-fino”, ouvi.
“Para resolver seus problemas, um de cada”.
Estudava Filosofia, e gostava.
Parei... Fui parada.
Pensei primeiro no dinheiro,
no conforto, no meu futuro Prada.
Deixei de lado minha paixão.
“Paixão não compra feijão!”, ouvi.
Tentei meditar e não consegui... – Aliás,
alguém consegue sem dormir?
Perdi mais tempo... Focar-me-ei agora.
Chegarei à conclusão, chega de oratória.
Tenho que decidir.
Dinheiro ou paixão?
Os dois juntos são tão bons...
Tenho mesmo que desistir?
A preocupação é em gastar meu tempo.
Minha saliva, meu conhecimento,
transformar tudo em tormento,
o qual dura, em média, quatro anos.
Não é mandato, é faculdade.
Se bem que se eu não gostar...
Política tornar-me-ei,
fingida e corrupta na flor da idade...
“Seja racional, guria!”
“Trate dos microorganismos!”
“Não seja arredia”!
Arredia? Eu? Por que me tomas?
Confusa, talvez. Muitas vezes.
Com solução tardia.
“Caminha na necessidade, depois na vocação.”
“Deixa a paixão de lado,
vá com a razão”.
“Quando tiver seu Prada,
com o mais puro couro da ilusão,
torna-te apaixonada,
torna-te Filósofa então”.
Mas com quantos anos?
Não faço idéia. Só preciso
que meu fígado agüente até a estréia.
Que Nietzsche continue lá,
só para mim.
Que a Filosofia não se torne inútil,
obsoleta , abandonada... Que não tenha fim.
Se meu patrimônio estiver montado
e não fizer com que montem em mim,
à Filosofia retorno,
como uma criança de colo
que ao ver a mãe
esquece qualquer coisa ruim.
Daí, então se meu fígado agüentar,
encontrar-me-ei com meus mestres
para Filosofar e dizer em alto e bom som:
Tin-tin!
Obs.: Não tão alto... O Japão pode ouvir...